quantos?

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7.7.11

está a fazer dois anos


Está a fazer dois anos, lembro-me como se fosse ontem.
Acordei. Ele está cá. Já chegou. Passou uma semana, o que é que eu estou a fazer, já perdi o interesse para ele. Mas porquê logo demanhã? Devo estar louca, as minhas olheiras estão enormes. Não consigo, não consigo. Que sensação estranha; vou mandar mensagem a dizer que não posso ir, acordei doente.. Não! Não mando mensagem, vou fingir que adormeci. Porra, ele mandou mensagem. Calma, respira. 1, 2, 3 (..) Deixa de ser parva, vai, vais estragar tudo, são só amigos.. Só e apenas amigos.
Não vou chegar atrasada, não posso. Que é que eu visto? Está sol, quais calças? Calções?
Pára, pára, pára, tu não és assim, não és esta. Vá, Andreia prática e racional, volta.
Lavo os dentes, não consigo comer, começo a subir. Tenho saudades, faz uma semana que não o vejo. Faz uma semana que são só mensagens e internet. Sinto a falta daquela gargalhada, de o abraçar..
Chega, chega de pensar assim. O que é que se passa comigo hoje? Nos outros dias era tão normal, eu sei como ele é igual a todos os outros, eu sei e eu vi. Não podes sequer pensar mais, vais lá, estão juntos, e vens embora, o caminho é igual.
Igual? Estou a demorar anos, anda depressa, mais depressa. Mais devagar, já me chegou a ultima vez que tropecei na lata de cerveja, que vergonha, que burra, não vou aparecer suja de novo. Depressa, depressa.. Devagar, não.. depressa, que se lixe.
Cheguei, e agora? Toco à campainha, ligo-lhe? Que porra, logo em casa dele, no quarto dele, na intimidade daquela casa, não posso querer mais do que o necessário, contraria o que queres, rápido. Tu não és uma presa, não tens medo, e não vais ser um predador, não desta vez. Controla-te.
O telefona toca.
- Sim, estou aqui. Abre.
Boa, um espelho. Arranja o cabelo, estou bem? Assim não, assim.. Olha o tempo, elevador elevador, há é aqui. Não estou a gostar disto, acho que estou a tremer. Não acredito, estou a tremer.
A porta abriu. Não olhes para ele, não olhes, olha para o chão. Não, ele não pode perceber. Ai, ele está ali, fala, diz qualquer coisa.
- Olá, então? (Estupido, mas a única coisa que me saiu da boca)
Entrei, segui-o. Boa, uma cama, senta-te, já não posso com as pernas a tremer.
- Então, queres ver televisão? Floribela, Hanna Montana?
Riu-se. Já tinha saudades desse riso. Oh não, ponto importante, ele está a gozar comigo, não pode. Odeio-o, estou capaz de odiá-lo com todas as minhas forças.
Ignoro-o, tento evitar todas as tentativas de conversa, ouvimos a porta de casa abrir.
Não por favor, não! A mãe dele não, seja quem for não por favor. O meu coração dispara, comecei a suar das mãos.
- Vou ver quem é, espera ai.
Noto nele também uma ponta de impaciência. Levanto-me e tomo o lugar dele na cadeira. Que não entre alguém neste quarto, se Deus existe que não entre ninguém aqui.
- É a minha avó, quer vir fazer-me a cama.
Pormenor a notar, É NÃO ERA.
- Eu faço-te a cama, juro.
Ele aproxima-se, fico com mais medo. O meu coração dispara para um numero que nem eu conhecia, creio até que se fizessemos silêncio, e não sentisse o som da respiração dele perto de mim, o conseguiriamos ouvir. Ele está perto demais, não me agrada, alerta vermelho.
- Sim está bem, mas Andreia faz só uma coisa antes de ir lá dentro?
Medo.
- Diz
- Dá-me um beijo.
OH NÃO! Não podes ..
- Sim, eu dou.
Tão simples, tão pouco romântico, tão próprio nosso.
Os teus lábios encostaram os meus de uma forma tão suave, tão meiga, que quando saíram eu os tinha dormentes. Sentia uma mistura de tudo, tudo o que tinha direito. Confusão, desejo por mais, felicidade. Eu queria e não queria, mas no fundo sempre quis.
Está a fazer dois anos deste dia, e se há dois anos atrás me dissesses que ia ser assim, eu tinha sorrido para ti e abanado a cabeça.
Hoje posso dizer bem alto, para tudo. Para tudo e todos, és meu. Tenho orgulho, muito orgulho em pronunciar tais palavras, tantas vezes quantas tiverem de ser. Tenho orgulho em ser tua, considerar-me tua, e orgulho em tudo o que faço, fiz por nós. Em tudo o que fazes.
Só eu sei como um beijo me acalma, como te apoderas do meu coração e o consolas respeitando todas as cicatrizes. Como me dás tempo, compreendes e me amas. Só eu sei como me sinto amada, todos os dias. E melhor que amar, só mesmo sentir que me amas. Que retribuis, á tua maneira desajeitada, tudo. Cada palavra, momento, sonho.
Dois anos, dois anos não é nada. Nada, comparado com a vida que tenho pela frente, contigo.
"Um dia, espero-te no altar", estou á espera desse dia. Amo-te




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