quantos?

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4.12.11

Cala-te



Cala-te. Deixa de ser engraçado, esperto e divertido por um minuto e cala-te. Ouve-me. Não me olhes dessa forma que me derrete o coração e por favor pára de brincar com os caracóis que me caem pelo rosto. Diverte-me esse sorriso tonto, esses olhos meigos e o palavreado solto.
Não me ouves, nunca me ouves, distrais-te com tudo à tua volta e só dizes "Andreia, sim!" como se tivesses ouvido cada palavra do que disse; faço um ar ligeiramente amuado e tu soltas uma gargalhada que arrasta a minha, como sempre.
Não estás aqui e momentos como este surgem nos meus pensamentos, ocasionalmente, entre o intervalo de um filme e outro.
Não me puxes, não me faças correr essa rua como sempre fazes e não me faças atravessar a estrada quase com os carros em cima de nós para depois dizeres "se aquele carro te atropelasse, ia ter com o homem e pedia para ele voltar atrás e me atropelar a mim também". Pára um minuto, anda com calma, não desças a rua a correr que pareço um saco de batatas a ser arrastado!
Sorrio entre uma e outra imagens que me ocorrem só por lembrar. Tem piada, sou resmungona mas já não vivo bem sem isto. Sem quase ser atropelada por um carro todos os dias, sem as piadas sem graça, sem não me ouvires, sem descer aquela rua a correr, sem as "lamechisses" habituais; no fundo sem os pequenos traços da tua personalidade que na sua ausência deixam um buraco tão grande, um espaço tão vazio.
Só te peço, quando não estiveres comigo atravessa a estrada com calma, não quero ficar sem ti.

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