13.9.11
Verdades, mentiras, unhas roídas e cafeína.
“You are truly majestic, full of nature mystic”, acreditas que me comovo ao ouvir esta música se por acaso passa em cafés? Que choro por dentro quando logo a seguir lembro que não vais estar mais ali ao lado?
Que me mato todos os dias afundada em verdades, mentiras, unhas roídas e cafeína.
E não durmo.
Quando adormeço já são cinco da manhã e estou encharcada em lágrimas e tu nem disseste nada. Mil vezes a imbecil que sou. A querer acreditar que ainda te teria. Porque disseste para não desaparecer, se desapareceste logo a seguir?
Convinha-te.
Mas obrigas-me a dizer-te adeus sem palavras e falta-me tanta coragem para me despedir de ti em silêncio.
Já tentei desfazer-me tanto de ti. Mas isso dura numas duas ou três canções mais ou menos agitadas, bandas-sonoras de quem mente constantemente ao coração.
Depois martirizo-me com músicas que foram consideradas como "nossas", ou outras mais ou menos deprimentes e depois sinto por fim um vazio, a falta de algo que já não se encontra aqui. Agora, um enorme buraco.
Tenho que tirar o coração da algibeira. Deixá-lo num desses cafés onde faço o tempo passar, avançar o tempo de um café até ti. Até ao fim de ti, mais especificamente.
Não me sobrou nem um pouco dessa tua alegria que antes existia de forma constante.
Sabias viver tão bem, fazer-me viver tão bem. Desculpa-me se acreditei que conseguia também. Afinal perco-me em mais devaneios momentâneos e teimo em ir buscar o vazio. O meu vazio.
Ensina-me a ser assim.
Tira-me daqui e deixa-me ficar contigo porque não sei mais como ficar comigo.
Há uns dias atrás apareceste num sonho meu. Acordei, e já estava a chorar, inconscientemente.
Só me apercebi quando senti as lágrimas descerem-me exaustas pela face. Chorei, um choro mudo.
E eu preciso é de gritar. E gritar-te também, de uma vez por todas.
Preciso de deixar a tua memória ir, para sarar mais esta ferida.
Tenho medo de não querer.
Soubeste-me tão bem. Quero ter-te e não deixar-te ir, contrario-me.
Deixar de te ver somente na minha apatia ou na minha perplexidade. Para quando te encontro na rua a sorrir para os teus amigos ou a fumar encostado a um prédio, para nesses momentos saber reagir e não continuar mais agarrada a um passado, a um tempo que não volta mais.
Como?
Se até o som do teu riso se desvanece e me começo a esquecer da tua voz?
Não vás já. Porque preciso.
Quero culpar alguém e gritar-lhe que eu não merecia isto. Mas ninguém me ouve. Provavelmente porque não acredito que esse alguém exista.
Desaprendi a desfazer-me só em lágrimas, ultimamente tenho sido mais forte e mantido a mente em aberto.
Transformei-me nesta pedra perdida no meio de um caminho desconhecido, lançada involuntariamente para uma nova rota sem rumo. Sem perceber onde se encontra a partida, ou sequer ver um sinal que me indique a chegada.Sem ver o norte ou sul, não esperando sentir algo de novo, não esperando sequer encontrar-te aqui de novo, como que por algo superior a alguma explicação evidente te tivesses apercebido de que assim não tem sentido, não faz mais sentido.
Rebaixei-me, engoli o meu orgulho e humilhei-me. Ouvi, mas não soube entender o que estava muito mais além das palavras, que agora esqueceste e não há muito mais páginas desta história para escrever. Não há mais linhas, folhas que se possam preencher, e não consigo fazer ninguém compreender.
Sinto-me ridicula ao saber o tempo que já passou, as pessoas que já entraram e sairam nas nossas vidas, e sinto-me perdida por nenhuma delas preencher nem metade daquilo que tu sempre ocupaste. Já devia ter esquecido e seguir em frente, mas todos os dias me surgem duvidas constantes se tu terás sido capaz de o fazer, contrariamente a mim. Sim, sei que sim.
E eu continuo a ver verdades, mentiras, unhas roidas e canecas de café.
Nunca pedi um "para sempre", mas não esperei um adeus sem palavras, pelo menos as necessárias.
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