quantos?

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21.1.12

E tudo muda mesmo o que tinha tudo para nunca mudar.


E um dia tu acordas, abres os olhos e vestígios da noite anterior tiram-te a vontade, vontade de quê? Não pego no telemóvel, não tenho vontade de mandar mensagens nem de ver se as tenho lá, o que tem uma bastante elevada hipótese de não acontecer. E é assim, um dia acordas e parece que a noite de sono mudou tudo com um grande empurrão de acontecimentos, mas percebes que afinal não tinhas assim tanto, e não pareces tão triste nem tão pouco feliz, simplesmente conformada como se o teu subconsciente já tivesse conhecimento de tudo isto esperando apenas que um dia acordasses e percebesses tu também, até porque ninguém fica de olhos fechados para sempre. E finalmente percebes que não tinhas assim tanto como julgavas ter, e ao fim de contas o que é que tinhas tu? Uma "relação" que não passava da porta de casa para fora, que se transportava em séries de televisão num sofá para uma cama, de palavras doces num telefone para atitudes opostas? E era isto que tu tinhas, tu querias, tu gostavas e querias preservar? Sempre me disseram que o amor é cego mas que também o maior cego é o que não quer ver, e não é essa cega que quero ser. Eu vejo, sempre vi tudo, mas no fundo não via nada, não aceitava nem tão pouco queria encarar que assim fosse, isto: desprovido de preocupação, interesse, respeito, verdade. O que andei a fazer afinal? O que é que via que não vejo agora? Ainda gosto, gosto tanto, mas acordei sem vontade de falar, de resolver e de estar. Acordei a ver outra pessoa que durante três anos nunca vi, mas que sei que recentemente é a que cá tem estado, só não queria acreditar, ainda não quero e é por isso que tenho tanto medo de virar costas e fechar a porta. Porque gosto, porque vou passar o tempo a procurar janelas abertas para entrar de novo, um pequeno vislumbre de que as coisas têm um caminho, até porque já não procuro atalhos, deixei de os procurar quando percebi que os caminhos mais curtos têm tendência a esconder os problemas mais compridos. Então acordas e sabes que nem sempre foi assim, mas que agora é e tens de arranjar uma solução, segues e procuras o que queres que te faça bem, ou esperas uma mudança. 
Quero desesperadamente uma mudança, porque gosto, gosto tanto de ti e não foste sempre assim. Cumpre o que disseste, é a única coisa que peço, cumpre o disseste, que íamos os dois ver o que isto tinha para funcionar, porque sempre teve. Já estive tão mais longe de desistir, agora tudo me parece escuro e impossível, desculpa se desistir é para os fracos, desisti de ser só eu a tentar. 

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