quantos?

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20.3.11

não acredito.

é incrivel como conseguimos gostar mais de uma pessoa do que gostamos de nós próprios. é a isso que chamam amor?
e quando se perde? não, não ganhamos mais, ao contrário do que se pensa, perdemos apenas.
aliás, ganho. ganho noites mal dormidas, excesso de cafeina e nicotina no sangue. stress, lágrimas, frustração e confusão. ganho o acordar com um vazio, o adormecer a pensar sempre sobre o mesmo assunto, que me ocupa a cabeça, o coração, o corpo, as palavras, as atitudes.
dependencia confusa, sinto-me como um romântico. agarrada á melancolia que me invade a cada momento, á solidão de que chego a gostar, á sedução do sofrimento.
nunca fui assim, não quero ser mais. mas sinto-me como um drogado, que por mais que queira deixar a droga, essa já faz parte do seu sangue, de si mesmo.
depois de todas as coisas boas, nunca se quer desistir, mesmo que seja essa a mais incomoda decisão acertada. depois segue-se a esperança, frases como "a esperança é a ultima a morrer" ou "não sou mais um a tentar, sou menos um a desistir". acreditamos, ou pelo menos queremos acreditar. mas a desilusão chega, ou melhor, já tinha chegado á muito, simplesmente chegou a altura de abrir os olhos, como se me encontrasse num centro de reabilitação só meu, e aos poucos vou passando do romantismo, para o racionalismo.
é errado? deixar de acreditar em sentimentos, em palavras, em promessas? não, já não acredito. não consigo acreditar no amor, não da minha parte, talvez da outra metade para qual as palavras são tudo, mas atitudes ficam, e sempre ficaram pelo caminho
foram bons os momentos, foram bons os sorrisos, os beijos, o fazer amor, uma primeira vez para tudo.
sinto-me hiperbólica, criando um exagero profundo á volta do que há muito já se vem tornando pequeno, insgnificante, quem sabe.
e hoje se me perguntarem se acredito no amor, não penso uma vez sequer antes de responder. não, não acredito. acredito em pessoas que podem tornar momentos especiais, inesqueciveis. chamem-me ingenua se quiserem, talvez adepta de filmes, contos de fadas ou livros de extasiantes romances, mas para mim o amor tem de ser muito mais. muito mais que palavras, promessas ou contacto fisico. tem de estar no olhar, na capacidade de enfrentar o mau, tem de estar na preocupação, no querer bem, ver bem e estar bem. não no desejo, porque isso, isso é paixão, e não é a paixão que move tudo. essa é emocionante, dá bons sentimentos, mas não é amor, esse ultrapassa tudo, esse nasce depois da paixão, esse ensina-nos, educa-nos, fá-nos ceder, lutar. mas hoje, faz-me desistir. porque repetindo o inicio, eu não gostei mais de uma pessoa do que gostei de mim. eu amei mais do que tive amor por mim mesma, e esse foi o maior erro. talvez eu tenha mesmo amado, porque depois de toda a paixão, veio a vontade de ficar, não o conforto, mas o sentir-me especial, o querer cuidar, ter um futuro. sonhos, é tudo o que posso dizer.
sinto necessidade de escrever, liberta um pouco daquilo que está preso em mim, talvez sonhadora demais, exagerada demais, "drama queen" por vezes, mas tento adaptar-me ao racionalismo que me segreda coisas interessantes por vezes.

4 comentários:

  1. amo amo amo *o*
    escreves simplesmente maravilhosamente bem.
    tudo o que disseste no texto, é apoiado por mim a 100% :)

    vou seguir **

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  2. adoro o blog! sigo-te :) acompanhas-me ?

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